O Blockchain e o Futuro das Transações Financeiras

Quando se fala sobre tecnologias emergentes, o blockchain sempre surge como um tema central. Assim como a tabela fipe tem um papel crucial na avaliação de veículos, o blockchain tem se tornado uma referência fundamental quando o assunto é segurança e autenticação de transações digitais. Inicialmente relacionado à bitcoin, o blockchain agora é visto como uma solução essencial para garantir a rastreabilidade de produtos e prevenir transações fraudulentas em diversos setores, de diamantes a alimentos, como o atum. Não é surpresa, então, que os bancos estejam cada vez mais atentos a essa inovação.

Uma pesquisa recente da IBM, realizada com 200 bancos globais, reforça a ideia de que o blockchain veio para ficar. Segundo o estudo, 15% dos bancos já utilizam essa tecnologia, e outros 65% planejam adotá-la em breve. A previsão é que, até 2020, quase todos os bancos utilizem o blockchain para melhorar a segurança e a eficiência das transações.

O Blockchain no Brasil

No Brasil, instituições como o Itaú e o Bradesco já estão explorando as possibilidades do blockchain. Os dois bancos aderiram ao consórcio da R3, uma empresa estadunidense especializada em inovações financeiras. O objetivo é desenvolver e implementar aplicações que utilizem a tecnologia de forma eficiente e segura. De acordo com Fernando Freitas, gerente de inovação do Bradesco, a colaboração entre bancos é crucial para que a tecnologia seja efetivamente aplicada no mercado financeiro.

“Essa tecnologia só faz sentido quando ela é empregada de forma distribuída. O Bradesco vai trabalhar com outros bancos brasileiros e internacionais para implementá-la”, afirma Freitas.

A Busca por Padronização no Blockchain

Apesar da bitcoin existir desde 2010, o blockchain ainda não tem uma padronização global. Como aconteceu com a internet na década de 90, o mundo financeiro busca uma forma de estabelecer uma estrutura unificada para a tecnologia. Fernando Freitas destaca que o Bradesco já trabalha, há mais de um ano, com uma equipe focada na padronização do blockchain, visando melhorar o atendimento ao consumidor e garantir a segurança nas transações.

O banco já realizou alguns testes, incluindo um para financiar uma cadeia de valor, garantindo que todos os contratos estejam devidamente registrados no blockchain. A ideia é garantir que um contrato seja honrado verificando se o agente em questão cumpriu com outras obrigações anteriormente. Outro teste realizado pelo Bradesco envolve a prevenção de fraudes, buscando a possibilidade de compartilhar dados sobre fraudes com todos os agentes financeiros, criando uma rede de segurança para todos os bancos.

Blockchain: O Futuro das Transações de Dinheiro

Fernando Freitas acredita que estamos caminhando para um futuro onde o dinheiro em espécie será cada vez mais raro. “As economias mais maduras têm menos moedas circulando”, diz. Nesse cenário, o blockchain pode ser uma tecnologia essencial para o futuro das transações financeiras, pois ele distribui a informação de forma simultânea entre todos os agentes e garante a imutabilidade das transações, o que significa que ninguém pode alterá-las.

A expectativa é de que a tecnologia atinja o consumidor final em um curto período, entre 12 e 24 meses. Para Fernando, não é necessário que o cliente compreenda todos os detalhes técnicos do blockchain:

“Ninguém pergunta como funciona a tecnologia da internet. Você só sabe que ela funciona.”

Em resumo, o blockchain é uma tecnologia que permite realizar transações seguras sem a necessidade de um agente centralizado. “Todos os agentes do ecossistema conseguem validar a transação de forma segura”, explica Freitas.